Quando acontecem numa equipa determinadas reações individuais negativas, (stress, ansiedade, frustração, inveja, etc), são profundamente afetadas as inter-relações que se estabelecem entre os seus membros, assim como a respetiva coesão e desempenho. E ao acontecerem esse tipo de emoções negativas, propagam-se de forma viral (contágio emocional), justificando-se por isso deverem ser reguladas.
Uma dissonância emocional, (conflito entre determinadas emoções negativas e as desejadas emoções positivas), tem habitualmente como motivos, relações pessoais desagradáveis com colegas, concorrentes ou mesmo com o líder, tal como algo que tenha externamente influenciado a equipa. O que exige uma observação e um acompanhamento bastante cuidadoso por parte do líder, prevenindo-as quanto possível e alinhando-as seguidamente com uma expressão emocional conforme com a cultura organizacional desejada.
Evitar eventuais conflitos internos, pressupõe de um ponto de vista comportamental que os líderes procedam nas suas equipas, de forma continuada, à sua regulação emocional (individual e coletiva). Generalizando uma consciência individual das próprias emoções e tomando a nível coletivo medidas constantes de regulação do respetivo clima emocional.
Numa equipa, o líder e os membros da equipa têm de ser capazes de reagir de forma continuada emocionalmente convincente e positiva. Expressando emoções positivas, genuínas e autênticas, (honestidade, coerência, empatia, etc) e criando climas coletivos coesos e de expressão emocional favorável à luta pelos objetivos comuns a alcançar.
Uma constante regulação emocional coletiva através da utilização pelo líder das estratégias comportamentais mais adequadas. Observando, questionando, ouvindo, dando feedback, estabelecendo compromissos. E conseguindo através desse apoio constante que os membros da equipa e o coletivo se tornem cada vez mais resilientes, tal como consigam gerir melhor eventuais conflitos, criando um fundamental clima de confiança e coesão.
Uma equipa requer ser emocional e socialmente inteligente e que esta inteligência emocional coletiva seja treinada com o objetivo de:
- Compreender as próprias emoções (o que sente e de que forma)
- Saber usá-las (regulá-las, expressá-las com sabedoria)
- Compreender e respeitar as emoções das outras equipas
- Influenciar e interagir com as emoções das outras equipas
Conforme uma equipa consegue regular com eficácia toda esta complexidade relacional, naturalmente, será capaz de alcançar melhores resultados.
Compreender as emoções e aumentar a consciência emocional, melhora o desempenho de uma equipa.
Um dos aspetos chave para que as equipas sejam eficazes, é, naturalmente, o da sua capacidade individual e coletiva para se manterem focados nos objetivos a alcançar, na qualidade dos processos utilizados e num controlo de execução continuado. Mas também, serem emocional e socialmente inteligentes, revelando entre os seus membros, confiança e respeito mútuos, uma gestão de conflitos eficaz, grande compromisso emocional com os objetivos a alcançar.
E para o conseguir, irá adquirir ao longo de uma determinada experiência coletiva, identificação coletiva, motivação, comunicação eficaz, resiliência, atitudes positivas, consciência emocional.
Como melhorar a consciência social das equipas
Desenvolvendo entre os seus membros um vocabulário emocional que os identifique, incentivando a prática de uma constante empatia e formas de comunicação empática, aumentando uma cada vez maior confiança relacional, praticando um ouvir atento para que os outros falem e um falar com impacto, para que os outros ouçam.
Tolerância ao stress (resiliência)
A tolerância ao stress é a capacidade do líder e membros da equipa saberem proteger-se das situações negativas com que se confrontam diariamente. Para além daquilo que, individualmente, cada membro de uma equipa faz no sentido de gerir o seu próprio stress, numa equipa é fundamental observar e aprender como é que cada um dos seus membros responde, resiste e ultrapassa as emoções negativas que lhes provocam determinadas situações negativas.
O facto de, quase sempre, cada um de nós, responder automaticamente a situações stressantes (ameaçadoras), “obriga” as equipas a terem um conhecimento prévio do modo como cada um dos seus membros reage e, também a, coletivamente, encontrarem formas de suporte e apoio mútuo.
Daí a importância da existência de uma grande preocupação uns com os outros e de uma enorme confiança mútua.
Como resolver conflitos
A designada resolução de conflitos tem como objetivo ajudar os membros de uma equipa a ultrapassarem eventuais problemas, cooperando com base nos objetivos comuns a atingir. Ajuda nesses momentos a existência de Valores (princípios reguladores). Mas principalmente, que todos os membros da equipa assumam determinados comportamentos e atitudes, como sejam:
Ouvir para que os outros falem.
Falar para que os outros ouçam.
Inspirar confiança mútua (relações interpessoais baseadas na honestidade, coerência, competência e preocupação de uns com os outors).
Trabalhar para o coletivo (Objetivo comum).
Humor em doses adequadas.
Reconhecer e distinguir quem contribui para resolver conflitos.
Paciência (aguardar esclarecimentos, não precipitar respostas)
Oportunidade para libertar emoções através de atitudes positivas.
Como melhorar as atitudes positivas
As emoções são contagiantes, logo é muito importante ter atitudes positivas. O que significa no entanto ter uma atitude positiva?
Antes do mais, ser perseverante, nunca desistir, cultivar poder de persuasão e influência, otimismo, felicidade (prontidão positiva), ambição, não à complacência e a falsas solidariedades, estar disponível para aprender com os erros.
Também saber a cada momento onde, como e porquê estão a acontecer eventuais problemas ou dificuldades, conviver com o sucesso com naturalidade, enfrentar os desafios como oportunidades de melhoria, ser criativo e inovador, gostar muito do que faz.